quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Energia certa

Davi era um jovem de boa família, bonito e, acima de tudo, bom menino; ele queria continuar assim e ainda desejava que a generosidade o acompanhasse por todo e qualquer lugar. Às vezes, falava consigo mesmo:
- Procurarei sempre levar comigo a bondade, pois sei que a juventude e a beleza me deixarão um dia. A gentileza, talvez, seja um dom eterno do espírito - mas ser jovem e ser belo, certamente, é coisa passageira.
Embora Davi tivesse a convicção de que fazer o bem, de forma intensa, fosse seu objetivo maior, ele se via frente a um terrível contraditório nas vezes em que surgia uma estranha voz em seus ouvidos:
- Como ajudará a todos, se em uma única vida por aqui, por mais longa que ela seja, você nem sequer terá o mínimo contato com metade dos que deseja auxiliar?
Aquela voz era tão decepcionante quanto uma ducha de água fria no inverno. Nessas horas, Davi voltava ao singelo espaço onde vivia, e sonhava, e pensava: “Se meu objetivo é de otimismo demasiado, então, passarei a fazer jus à coerência - tentarei alcançar só um ou dois indivíduos que precisem de mim.”
Mas, sempre que ele pensava em poucos peixes para seu lago de solidariedade, a rede de mais uma triste contradição pescava seu pensamento:
- Davi, por que achar que você é capaz de tão pouco, quando há uma imensidão de necessitados que almejam ir ao encontro dos frutos do seu otimismo?
O garoto quase morria de tanto que lhe apareciam esses dois lados da moeda. Pensava, pensava, pensava e a nenhuma conclusão chegava. Para que se haja uma expansão, deve-se conhecer o exterior ou, ao menos, querer conhecê-lo. Davi o quis. Por esse motivo, e de tanto que se esforçou em acabar com o impasse, teve ele a brilhante idéia de procurar dois amigos, Lucas e Antônio, um pessimista, outro otimista, este ambicioso e o pessimista sem ambição alguma; assim, poderia conversar com eles e ver se chegava a alguma conclusão que pudesse sanar as dúvidas que tinha.
Pôs a idéia em prática, foi à procura de ambos. Deu sorte. Logo de saída, encontrou Lucas na rua e não perdeu tempo:
- Lucas, vamos mudar o mundo?
- Não tanto assim!
- Vamos mudar o planeta?
- Menos!
- Já sei, vamos mudar o país?
- Menos, menos!
- Vamos mudar a cidade?
- Menos, menos!
- Ah, tá bom, vamos mudar o bairro?
- Menos, menos, menos...
E lá foi Davi, decepcionado com a falta de perspectiva do seu amigo Lucas. Eles tanto eram amigos como as diferenças que havia entre ambos.
Logo adiante, deu de cara com Antônio, sentado num banco, em uma praça, preocupado em olhar as pessoas e tudo aquilo que estava à sua volta; preocupava-se em ver, também, o céu e as claras nuvens que pairavam sobre ele. A sensação foi de que Antônio quisesse captar algo que lhe rendesse valiosos frutos. Davi ficou curioso, mesmo sabendo que observar, admirar, estudar e pesquisar os seres e as coisas sempre foram característicos dele, Antônio. Aproximou-se e disse:
- Antônio, vamos mudar o bairro?
- Um pouco mais!
- Vamos mudar a cidade?
- Mais!
- Vamos mudar o país?
- Mais, mais!
- Vamos mudar o planeta?
- Mais, mais!
- Então, é isso, vamos mudar o mundo.
- Mais, mais, mais...
Davi voltou para casa; e a dúvida, que outrora o atormentava, agora o consumia quase por inteiro:
- “Ah, meu Deus, o que devo fazer, muito bem ou pouco bem?” Perguntava ao seu dEUs.
Mas, finalmente, tom suave e delicado, lá veio a voz que ele tanto esperava ouvir e que lhe parecia a mais sábia de todas:
- Davi, não se contente com o pouco, mas nem por isso exceda o limite do que está ao seu alcance; entre o pouco e o muito está o meio termo - e, olha, esse quase sempre é o mais viável aos que não querem deixar a real felicidade de lado.
Depois daquilo, o jovem respirou. Foi a alavanca para que pudesse consigo mesmo se encontrar e descobrir o que realmente pretendia fazer dali por diante: viajar para bem longe, para lugares onde trabalharia em organizações filantrópicas de várias espécies, para lugares onde sua vontade de ajudar encontraria o afago do anseio por caridade dos oprimidos.
E ele fez: saiu de onde morava e permaneceu um longo período ausente. Longo período mesmo, tão longo que, quando Davi retornou de sua solidária e proveitosa viagem, as crianças já eram adultas e muitos dos idosos de onde ele morava já haviam falecido. Mas o fato que lhe causou espanto foi bem outro: a visita de seus dois amigos, Antônio e Lucas, com os quais não falava, e nem via, fazia tempo.
Ele ficou abismado, porque seus dois amigos não chegaram apenas: Antônio, o que era ambicioso e otimista, invadiu o terreno da casa de Davi, com um automóvel velho no qual sua mulher grávida e seus cinco filhos o acompanhavam; Lucas, o não-ambicioso e que era pessimista, surgiu de forma triunfal, com uma das versões mais atuais e caras de um bonito modelo de carro e roupagem que parecia valer mais do que o próprio veículo, além de um motorista todo uniformizado.
Davi conversou com os dois e viu que Antônio e Lucas não estavam felizes com o que passaram a ser. Apesar disso, Antônio, o que antes queria muito, agora nem liga para nada; Lucas, o que nada queria, agora só pensa em coisas materiais. Por isso, Davi se sentiu na obrigação de dizer algo aos amigos. Até mesmo porque, no tempo em que ele esteve fora, além de ter aprendido muito, observou que o ato de adquirir conhecimento não deve ter outra coisa como meta, senão estar sempre disposto a passá-lo adiante - sempre que preciso for. Davi fez para os amigos a ilustração que foi a maior lição de toda a sua vida:
- Não devemos nos contentar com o pouco e nem querermos exceder o limite do que está ao nosso alcance. Sigamos o exemplo da borda de uma moeda, que pode até rolar e levá-la aos mais diversos lugares, e não o das outras duas partes, pois a cara e a coroa sempre perdem ou ganham nas vezes em que são jogadas ao ar. Sejam bordas: fazer isso é sempre estar atento e pronto para uma possível caminhada na dose certa, sem ter que se preocupar com fracassos posteriores.
Depois disso, Antônio e Lucas conseguiram enxergar, assim como Davi havia percebido há tempos, que muitas das teorias, teses e idéias nas quais acreditamos e as quais defendemos, muitas vezes com fervor, são relativas ao momento de cada um e variam de acordo com o tempo.
E Davi fez questão de dar mais firmeza ao recado:
- A instabilidade existe. Tanto é que vocês são hoje exatamente o contrário do que eram; e poderão ser, quem sabe, de outra maneira no futuro. Por isso, não devemos criticar a forma de agir dos outros, principalmente quando são atitudes plausíveis. A verdadeira mudança não começa nem no bairro, nem no mundo; nem no planeta, nem na cidade; e nem no país. Sempre que nos propusermos a modificar para melhor o nosso interior - isso trará um bem inestimável para nós e para todos aqueles que nos cercam. A mudança que começa em nós expande-se e torna o mundo melhor.
Davi não teve dúvida alguma de que Antônio e Lucas haviam escutado tudo o que ele dissera e teve plena convicção de que os dois tentariam absorver algo de proveitoso da lição que tiveram. Antônio e Lucas foram embora, cada qual com o que escolheu para si até aquele dia. E a vida continuou.

Teimosia

Se pudesse eu faria,
Mas tento e não consigo.
Não posso, mas gostaria.
O que haverá comigo?

Na ânsia de conseguir,
Eu tento com teimosia.
Como querer o sol à noite,
Como querer a lua de dia.

Mesmo apesar de saber
Que teimosia não é qualidade,
Teimo e, sem querer,
Utilizo a vaidade.

Sei que os maus pensamentos
Influem no meu teimar,
Levam-me aos fortes ventos,
Afogam-me em pleno mar;

Eles enchem o meu viver
De vontades e tropeções,
Duvidam do meu poder
Só com imaginações;

Eles tocam no meu profundo
Com imaginárias afirmações,
Trazem para o meu mundo
Complexas interrogações:

Será que um dia consigo
Ou nunca irei conseguir?
A resposta estará comigo
Ou perambulando por aí?

Sentimento

Há tristeza para expressar
Poético desencanto.
Agora, estou a atravessar
Um pranto sem acalanto.

Adormecido não vejo
A gotícula escondida;
Lágrima que não desejo,
Mas sempre surge na vida.

A imensidão do vazio
Faz transbordar-se em minha alma.
Aflige-me com um frio
Que faz congelar minha calma.

Um amor com ritmo inverso
Quase que me faz fraquejar.
Trás morte em meu universo,
E desponta vida em meu ar.

Acho, contudo, esperança
Nesse momento profundo:
Há dor e amor na balança;
Vejo ódio e rancor no mundo.

Passagens inevitáveis

Ontem atravessei
A barreira da razão.
Fingi saber que não sei
Viver na imensidão.

Hoje, me deparei
Com a pura desilusão.
Achei o que procurei:
Eu e a solidão.

Passou por mim a lembrança
De um passado com esperança.
Ficou para mim o presente
Do passado de uma criança.

Mal eu podia crer
Que estava para acontecer
Triste coisa fatal.
Ao chegar do anoitecer,
Faz-se aparecer
A dor de um golpe final.

A nuvem escureceu.
O céu desabou sobre mim.
A terra estremeceu,
Perante tal coisa assim.

As flores mais belas murcharam
E caíram em solo encharcado
Com vastas desilusões
De um poeta fracassado.

Fiquei sem o que fazer
Para mudar o meu triste destino.
Depois de um forte abraço,
Vi-me fraco, chorando, sorrindo.

Perguntava: tudo isso por quê?
Questionava o motivo da vida.
Esperava que pudesse valer
O preço da vida sofrida.

Foi difícil, contudo, achar
Motivos que me fizessem lembrar
Razões para isso comigo.
Para ser aprovado, porém,
Sei, é preciso passar
Pela prova chamada castigo.

O que fazer

Mudar o que está em mim,
Isso eu não posso fazer.
Estranho, pois sou assim:
Um louco pelo saber.

Sei e quero saber mais -
Faz parte do meu viver.
Não sou igual aos meus pais.
Meus filhos como irão ser?

Sei responder exato:
Eles serão meus filhos.
Outros tato e olfato,
Seres em outros trilhos;

Caminhos a percorrer
Da forma que for melhor.
Saber ajuda a saber:
Melhor jamais é o pior.

Aqui, na vida, é assim:
Quem vem precisa aprender.
Pois antes, bem antes do fim,
Há muito o que se escolher.

E o final nada mais é
Que novo recomeçar.
Por isso, fico de pé,
Não deixo de caminhar.

Não sei, porém, que fazer;
Não sei o que procurar,
Mesmo aprendendo a saber,
Um dia vou encontrar.

NaLua

Tu eras a música,
Cantando;
A música era tu.
É incrível.
Como pode a beleza,
A harmonia
E o sol
Caberem num corpo de mulher?
Tua boca professava poesias
Em forma de canção;
Teus olhos radiantes
Iluminavam o ambiente.
Tua canção era consolo,
Era alegria;
Tua voz,
Instrumento dos deuses.
Incrível.
O que fazes
No planeta dos humanos?
Bela,
Harmônica
E Iluminada,
Por que deixastes os céus
E viestes
À Terra, naLua.

O aniversário

A hora está chegando.
Quanto mais os dias passam,
Menos dias temos na vida
Aqui.
Por que isso?
Não entendo.
Ora,
Tempo bendito,
Fazei de mim o que queres.
Mas deixai
Também
Que eu faça de ti
Um instrumento de minha evolução.
Passam os segundos,
Passam os minutos,
Passam as horas,
Os dias,
As semanas,
Os meses,
O ano...
Então,
Reflito:
Já não sou mais o que era antes
E, provavelmente,
Serei,
Mais adiante,
Diferente do que hoje sou.
Percebo tal coisa,
A renovação,
No decorrer dos anos.
Mas não deixo de saber
Que, na passagem dos segundos
E dos centésimos,
Dos décimos
E dos milésimos,
Posso mudar tudo que está para vir
Ou passar uma borracha
Em tudo que já se foi.
A hora está chegando.
O aniversário.

Chorar, choro

Que lágrimas foram aquelas,
Oriundas de vistas tão belas,
Sem que se soubessem o porquê.
Muitas lágrimas caem
Da face de muitos mortais,
As que vi, porém, jorravam,
Não caiam.
Jorravam.
Cataratas que vieram dos céus;
Chuvas também celestiais.
Não, não pode.
Não pode os céus chorarem.
Seus habitantes são alegres.
Ao menos é o que dizem.
Choram os deuses?
Choram as deusas?
Os mortais choram.
Choram os mortais.
A morte os fazem chorar,
A vida também o faz.
A fome leva a alegria
Para bem distante do homem.
Alegria viaja.
A fartura traz a alegria de volta.
Alegria regressa.
Fome de carinho, de desejo, de paixão,
De amor, de piedade, de compaixão,
De conhecimento, de sabedoria...
Fartura de tudo isso.
Fome de tristeza;
Fartura de alegria.
Alegria viaja,
Tristeza regressa;
Alegria regressa,
Tristeza viaja.
Choros não são ruins.
Chorar é que o é.
Chorar é ruim.
Choros não o são.
Quem chora, chora de algo.
E não há nada porque chorar.
As águas lacrimais da alma
São pérolas das divindades:
Enobrecem, enaltecem, enriquecem.
Retificam. Purificam. Santificam.
Deificam.
Aquelas lágrimas eram nobres,
E ricas, e santas, e deusas.
O homem
Chora.
O homem,
Choros.

Bela

Jamais poderia eu imaginar,
Em minha mente tomada por afagos
Sem amor, por um amor sem esperança,
Que se tornasse tão nítida ao meu olhar
Bela mulher, com a alma de criança.

Mesmo em meio às brincadeiras não posso
Disfarçar a timidez, quando te vejo.
Contudo, ao ouvires que és bela,
Falam eu, meu amor e meu desejo.

As luzes

... As luzes se acendiam...
Se apagavam...
Se acendiam, se apagavam...
Se acendiam.
Se apagavam. Se acendiam.
Por que se apagavam as luzes?
Por que elas se acendiam?
Por que apagam?
Por que acendem?
E as luzes... se apagavam,
As luzes se acendiam... se apagavam...
Se acendiam,
Se apagavam...

Amor dos olhos meus

Enxergo a imensidão,
Ohos que transmitem a raridade do amor.
E nesse amor há beleza.
Por quê,
Como,
Onde
Ou quando floresceu a paixão?
Pouco importa.
Sei apenas que algo bom
Bombardeou meu coração.
E agora,
Que faço com esse amor?
Serei mais um eternamente
Na vida da Deusa das Deusas
Ou a raridade do amor
Dos olhos seus
Fará acender
A chama da paixão
E lhe permitirá sentir
O calor dos beijos
E o afago dos abraços meus.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dia para lutar

Amanhã,
Quando o galo cantar,
É outro dia:
Dia de vencer,
Dia de lutar.
Ou dia lutar,
Dia de vencer?
Não sei.
Lutarei.
Será que vencerei?
Não sei.
Lutarei.
Se hoje não venci,
Sei bem que lutei;
Se ontem não lutei,
Por isso não venci.
Amanhã,
Quando o galo cantar,
É outro dia -
Vencerei.
E, caso eu não vença,
Amanhã,
Quando o galo cantar,
Lutarei.

A não-correspondência

Já disse o que sinto por ela:
Respirei.
Ela nada falou,
Nada indicou sentir
Em seu jeito de menina-mulher.
Mal soube interpretar o que me fez:
Deixou a mim e dona dúvida
Sozinhos,
E tão juntos
Quanto queria ficar de seu amor.
Não a consigo compreender:
Embora pareça não me amar,
Seu olhar nada me chega a dizer
A ponto de que eu ache
A falta desse sentimento
Em sua face.
Será isso apenas fantasia de quem ama?
Ou, então, há de ser, talvez,
Desfaçatez
De quem ama e não quer amar?
Se me quer,
Por que não diz?
Se não,
Por que se cala?
Por que não vem para mim e fala?
Assim,
Arrancará de vez esse desejo de tê-la
E essa ânsia de beijá-la
Que me tomam sempre que a vejo;
Assim, fará com que seque,
De uma vez por todas,
Esse broto de amor
Que cisma em abrigar-se forte
Em meu coração,
Mesmo sem os alimentos
Com os quais é privilegiado
O amor correspondido.
Quem sabe seja melhor assim:
Broto morto em terra fértil.
Mais vale isso do que a melancólica certeza
De que ele nunca irá crescer
Além do pouco que já pôde germinar.
Depois, pode até ser que outra semente caia
Nesse solo vasto de amor para dar
E não só germine,
Mas cresça
E dê frutos -
O oposto do que é hoje,
Totalmente o inverso do que o amor de quem eu amo
Demonstra ser para com o meu.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Visual Curso - O Inglês sem mestre

Aprenda Inglês à distância sem pagar nada por isso

Nos dias atuais, vemos, a cada dia, o Mercado de Trabalho exigindo mais e mais dos profissionais que nele pretendem adentrar. É necessário, no mínimo, Ensino Médio completo, caso se queira exercer uma boa profissão. Não bastasse isso, há outra exigência: a fluência em, pelo menos, um idioma estrangeiro.

E é aí que entra o Visual Curso. Mais adiante se entenderá melhor o porquê. Fato é que aprender já não é mais problema. Só não aprende quem não quer. O mais interessante, porém, é na forma como, hoje em dia, muitas vezes, ocorre o aprendizado: à distância. E essa tendência vem crescendo a cada dia.

Com o desenvolvimento da Web 2.0, onde usuários comuns (sem conhecimentos avançados de criação de sites) podem postar informações na tão conhecida World Wide Web e, consequentemente, gerar conhecimento, o mundo mudou. E parece que mudou para a melhor. Quem poderia, há 30 anos, imaginar que, apenas com uns cliques, se começaria um curso sem sair de casa? E, mais ainda, quem sequer imaginaria que se fizesse isso sem pagar nada?

Essa é a tendência do mundo digital: oferecer serviços gratuitos ao maior número de pessoas possível para que, assim, se ganhe com patrocinadores. Vou dar três exemplos de sites que já fazem isso com qualidade, dois no Brasil e um deles no exterior.

1. CIEE: é um site de gerenciamento de estágio. Como a missão do CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA é por estagiários qualificados no Mercado de Trabalho, ele oferece diversos cursos aos estudantes que se cadastrarem, desde “Como elaborar um currículo” até “Resolução de problemas”, assim como muitos outros.
2. SEBRAE: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas possui um ambiente virtual por onde oferece cursos gratuitos a qualquer pessoa em qualquer lugar. Detalhe, os alunos têm suporte constante de um tutor qualificado, vinculado ao próprio SEBRAE e, algum tempo após a conclusão do curso, recebe, gratuitamente, o Certificado de Conclusão.
3. LIVE MOCHA: é aí que começa nossa caminhada rumo ao aprendizado de um novo idioma sem que para isso tenhamos de pagar nada. O LIVE MOCHA é um site de ensino-aprendizagem de idiomas. E, quando falo idiomas, digo muitos, mas muitos deles. Para se ter uma idéia, vou enumerar alguns que estão à disposição dos usuários cadastrados no site: Inglês, Espanhol, Francês, Italiano, Alemão, Russo, Japonês, Chinês, Indiano etc etc etc. Tem mais, além de aprender, o aluno pode se comunicar com os colegas adicionados à sua rede por mensagens off line ou instantaneamente, sem que, para isso, tenha de sair do LIVE MOCHA.

Para terminar, apresento mais uma ótima ferramenta para quem está começando no Inglês: o Visual Curso. Ele é um sistema de ensino-aprendizagem de Inglês básico, inicialmente, desenvolvido em Visual Basic – linguagem de programação. É um software que pode ser baixado e instalado gratuitamente no PC. Possui multimídia avançada (texto, imagem e som) e uma lógica de aprendizagem baseada no livro “O Inglês sem mestre” de Jacob Bensabat.

Lembrem-se: por mais que não se queira aprender Inglês, os profissionais que não seguirem por esse caminho, certamente, ficarão para trás – a Copa do Mundo e as Olimpíadas vêm aí.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Discurso da formatura

Amigos,

Tenho algo muito importante a dizer: “não há amigos”. O que há são almas gentis e caridosas, que estão sempre ao nosso lado, doando sempre muito de si, recebendo sempre um pouquinho de nós, haja o que houver, aconteça o que acontecer, cantando sempre a uma só vós.

Abraão Lincoln, há séculos, já alertava aos oradores para o que, em português, se convencionou chamar de os três ‘esses’: “Sê sincero, sê sucinto e senta-te”. Dando ouvidos a isso, juro que este discurso não será longo, maçante e cansativo. Prometo desenvolver uma idéia sucinta, mas criativa, assim como palavras breves, mas ricas em conteúdo, o que é mais do que um dever de minha classe profissional, que trabalha, em grande parte, com informação - é um direito de todos vocês, ouvintes. Cessem os passos, cessem as vozes, cessem os movimentos!

O que mais vale para o ser humano é sua palavra - mais até do que o dinheiro, do que o ouro ou do que quaisquer bens materiais. O dinheiro, o ouro, enfim, a riqueza material é passageira, mas o respeito pelo indivíduo de palavra permanece para sempre; as palavras voam com o vento e se perdem facilmente, mas o indivíduo de palavra é o caminho, a verdade e a vida. Acabamos de fazer, minha turma e eu, nosso juramento como profissionais de Informática, demos nossa palavra de honra a todos, firmamos compromisso.

Agora, neste momento, sem nos desfazer do que já dissemos, e, acredito, em comum acordo com a opinião de grande parte dos que aqui se formam, sentimo-nos obrigados a pedir a Deus, ou ao Universo, ou à força da natureza que nos guarde e resguarde. Assim, poderemos, não somente expressar, hoje, por meio de palavras e de juramentos, nosso compromisso com a ética e a moral da profissão, mas mostrar, amanhã, e sempre, por meio de gestos e de atitudes, nossa vontade de fazer a diferença. Cessem os passos, cessem as vozes, cessem os movimentos!

Ingressamos na Politécnica como simples alunos do curso de Informática e, agora, vemo-nos como técnicos. Sonhamos. Realizamos. E, durante nossa convivência, foram tantas emoções, brigas e discussões; foi tanta alegria, festa e folia. Foram casos e acasos. Acasos nem sempre por acaso e casos raros de se ver. Ah, quem poderá esquecer-se da loira e do português inteligentes?! Inteligentíssimos! E o baiano ligeiro? Esse, ninguém vai esquecer. Gente finíssima. Ah, só a Informática tem disso. Quem não se lembra do LP, que, já há algum tempo, foi substituído pelo DVD. É a Informática. No começo, sempre há tropeço; mas, no final, vitória. Pôr isso é que estamos, hoje, celebrando nossa formatura.

Particularmente, minha turma e eu queremos agradecer a algumas pessoas muito especiais, que se esforçaram bastante para que chegássemos até aqui, enfrentaram problemas e dificuldades conosco, com coragem e persistência, sem desistir jamais. Sem elas, não teríamos conseguido. Queremos agradecer a nós mesmos. Como dito antes - e todos hão de concordar - o esforço, o enfrentamento, a coragem e a persistência dessas “pessoas especiais” foram fatores importantíssimos para que chegássemos até aqui.

Ainda no ritmo de agradecimento, lembramos nossos familiares, amigos, professores e todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente para nossa formação. Cessem os passos, cessem as vozes, cessem os movimentos!

E, para começar com o pé direito a vida de profissional de Informática, em tempos de juramentos e de compromissos, retiramo-nos daqui, reafirmando nosso juramento, com a certeza de duas promessas cumpridas, conosco e com vocês, e de mais um compromisso firmado - conosco e com a sociedade:

1º - Estamos aqui, hoje, somente porque obedecemos, durante dois anos, a uma rígida disciplina diária, estudando e nos dedicando com esforço e vontade de vencer;

2º - O discurso, como prometido, não machucou nem, sequer, despertou o sono de ninguém;

3º - Faremos de tudo para que as palavras proferidas nesta noite sejam, daqui a algum tempo, reconhecidas por todos, não só como discursos escritos ou palavras ao vento, mas como fatos concretos, oriundos de gestos e de atitudes de homens e de mulheres de palavra.

Andem! Falem! Movam-se! O futuro nos espera. Boa sorte a todos. Obrigado.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Merda é palavrão?

No último dia 14, recebi um e-mail muito interessante. Só para se ter uma idéia, o assunto era o seguinte: “MERDA - não é palavrão”. Fiquei abismado com a conveniência do conteúdo da mensagem tendo em vista uma conversa que tive alguns dias antes com uma amiga.

De pronto, mandei o conteúdo do e-mail que recebi para a tal amiga com a seguinte observação: “Incrível. Acabo de receber este e-mail hoje. São os Deuses conspirando a meu favor. Se prestar atenção ao item 18, vai ver que não sou tão pessimista assim. rsrsrs Beijão”

Para resumir toda a história, se é que isso seja possível, vamos ao que interessa. Tenho uma mania de, sempre que alguém (geralmente, mais chegado) pergunta como estou, como vou ou coisa do gênero, enfim, sempre que perguntam, eu digo o seguinte:

- "Na mesma merda de sempre!"

É claro que isso não significa que, literalmente, eu viva na merda. Essa expressão, a princípio, exagerada, nada mais é do que uma frase utilizada por mim com o objetivo de conseguir uma deixa do interlocutor.

No começo, a pessoa fica meio
surpresa e assustada, devido a essa resposta tão inesperada, e questiona, com palavras mais ou menos do tipo:

- "Que isso, Edivam!!??"

Aí, é que entra a grande frase:

- "Ué, pelo menos, não tá numa merda pior!”

Mas, como, na maioria dos casos, cada um tem uma reação diferente a um mesmo estímulo, nessa situação não foi de outra maneira. A senhora
minha amiga, espírita, gente finíssima, com o temperamento um pouco forte e uma crença firme na doutrina, também entrou na minha brincadeirinha. Pra quê!?

Ouvi poucas e boas, mesmo tentando explicar que não se tratava de pessimismo de minha parte, mas, sim, de bom humor.

Quanto ao e-mail que recebi com o assunto “MERDA - não é palavrão” e que enviei para a minha amiga, caso não a tenha feito mudar de idéia em relação ao meu suposto pessimismo, certamente a fez dar umas boas gargalhadas.

Vejam só, abaixo, que obra-prima. Alerto para o fato de que fiz algumas modificações, a fim de aperfeiçoar o conteúdo que, em sua essência, já era muito bom.

Merda é palavrão?

MERDA: uma das palavras mais ricas da língua portuguesa. Pode ser considerada um curinga do nosso idioma.

Vejam, a seguir, os exemplos da versatilidade desta palavra:

1 - Como indicação geográfica 1: "Onde fica essa MERDA?"

2 - Como indicação geográfica 2: "Vá a MERDA!"

3 - Como indicação geográfica 3: "18h vou embora dessa MERDA."

4 - Como substantivo qualificativo: "Você é um MERDA!"

5 - Como auxiliar quantitativo: "Trabalho pra caramba, e não ganho MERDA
nenhuma."

6 - Como indicador de especialização profissional: "Ele só faz MERDA."

7 - Como indicativo de MBA: "Ele faz muita MERDA."

8 - Como sinônimo de covarde: "Seu MERDA!"

9 - Como questionamento dirigido: "Fez MERDA, né?"

10 - Como indicador visual: "Não enxergo MERDA nenhuma!"

11 - Como especulação de conhecimento e surpresa: "Que MERDA é essa?"

12 - Como constatação da situação financeira de um indivíduo: "Ele está na MERDA."

13 - Como indicador de admiração: "Puta MERDA!"

14 - Como indicador de rejeição: "Puta MERDA! (É só mudar a entonação)"

15 - Como indicador de espécie: "O que esse MERDA pensa que é?"

16 - Como indicador de desordem: "Tá tudo uma MERDA!"

17 - Como constatação científica dos resultados da alquimia: "Tudo o que ele toca vira MERDA!"

18 - Como indicador de continuidade: "Na mesma MERDA de sempre."

19 - Como resultado aplicativo: "Epa, deu MERDA."

20 - Como indicador de performance esportiva: "O Fluminense não tá jogando MERDA nenhuma em 2009!!!"

21 - Como constatação negativa: "Que MERDA!"

22 - Como classificação literária: "Êta textinho de MERDA!"

26 - Como indicativo de ocupação: "Para você ter lido até aqui, é sinal de que não tá fazendo MERDA nenhuma!!!"

domingo, 5 de agosto de 2007

O sol quente

Zé estava capinando seu quintal, quando, de repente, saiu com essa:
- Eu acho que sou doido em ficar trabalhando debaixo desse sol quente.
A mulher dele, que, de hora em hora, olhava o trabalhador e trabalho, logo perguntou a Zé:
- Agora que você foi ver isso?
- “Que o sol tá quente?” Disse ele.
- “Não, que você é doido.” Respondeu ela.

Suicídio induzido, induzido

Charles Berrava, em tom de brincadeira, com um saco plástico em volta de sua cabeça:
- Eu vou me matar, vou me matar. E não tentem me impedir.
Daniel veio logo com essa:
- Você já devia ter feito isso, já devia ter feito isso. Nunca o impedimos.

Problemas

Arlindo, já enclausurado pelas dificuldades com as quais se deparava, aproveitou a presença do padre Bernardo e disse-lhe:
- Puxa, meu aniversário é hoje. E estou cheio de problemas.
O padre foi sucinto:
- Você está vivo, meu filho, você está vivo.
Arlindo completou:
- Isso aí consola qualquer um, padre. Mas para mim é só mais um problema.

O orelhão

Certa vez, um menino estava passeando com seu pai e, escondido, resolveu ir até um telefone público. Ele tirou o telefone do gancho e, sem cartão, discou um número qualquer. Esperou, até que alguém atendesse e perguntasse:
- Por que o palhaço tá ligando a cobrar?
O menino, com um tom bem humorado, e de improviso, logo respondeu:
- Pra falar com o palhaço que atendeu.
Logo que o menino desligou o telefone, o pai chegou e questionou sobre o que fazia. E, prontamente, veio a resposta:
- Eu tava telefonando pro circo, papai.

Criar é o quê

O jovem Edivam, em início de carreira, lançara seu primeiro livro. Por incrível que pareça, decepcionado, conversava com seu avô, Moisés:
- Fiz uma pequena obra de arte e, depois, fui descobrir que já havia um outro livro de um outro autor publicado com todos os textos que fiz. Ou seja, percebi que, sem saber, em vez de criar, eu estava copiando.
O avô, com toda sua experiência, disse:
- Criar é copiar, meu filho.
De repente, veio à boca do jovem Edivam um sorriso de quem descobrira algo raro e esplendoroso naquilo que lhe dissera seu avô:
- Epa, vovô, foi o senhor quem criou essa frase?
O avô, prontamente, disse:
- Não, eu copiei.

Quem acredita

- “Você gosta de homens inteligentes?” Pelo telefone, perguntou Mário à Joana, depois de paquerá-la intensamente.
- “Gosto.” Disse Joana.
Mário não quis perder uma deixa dessas.
- “Então, você gosta de mim, não é?” Disse ele.
- “Você se acha inteligente, não é?” Disse ela.
Ele finalizou o assunto com tal argumento:
- Não, os outros é que vivem me dizendo isso. Aí, já viu, né: eu acabo acreditando.

domingo, 15 de julho de 2007

Quadra

À noite cai o sereno
E a lua diz para o sol:
O escuro é tão pequeno,
Perante a luz do farol.

Quadra

Fazem “daqui” o inferno,
Caos do dia-a-dia.
Se sonhar fosse eterno,
O pesadelo lamentaria.

Simples

Antes de tudo, o que existia?
Não sei o que responder.
Ah, alguém saberia?

Por que não compreendemos,
Agora, o que houve antes?
Uns dizem: sabemos.
Lorotas dos seres falantes.
Antes, sobre este eles sabem,

Argumentam com fatos concretos.
Upa! E o antes do antes:
Rios, fogos ou fetos?
Éramos o que somos:
Legítimos em evolução?
Iremos ser o que fomos?
Obituários responderão.

Buzinas assim sempre vêm.
Ainda bem, elas vêm, ainda bem...
Ruim se viessem a ninguém.
Brandas, as sinto tocar,
Ociosas, em hora ociosa.
Será seu efeito simples, tal qual
Ana Paula Barbosa?

Margarida, flor

Margarida de muitas vidas,
Amor de muitos corações,
Raio que rasgou o céu,
Gostoso mel,
A pureza nas canções;
Raiz do nosso aprendizado,
Ilustração do nosso viver,
Debelando as dificuldades,
Avançando, insiste em crescer.

Transmitiu e transmitirá
Respostas e lições de vida.
Imensidão de amor p’ra dar,
No jardim da margarida.
Dentre muitas outras cores,
A sua possui um raro esplendor.
Descreve a razão da vida:
Ela, Margarida, flor.

Diz, através de sua beleza,
Emoções que jamais serão esquecidas.

Deus, abençoe essa Margarida
E a faça crescer com sutileza!
Universo em você, você na vida.
Sonho eterno, Margarida, querida.

Enigmático

Beleza rara sobre o véu
Encontra só quem insiste.
É doce almejar o céu;
É amargo viver triste.

No poema de um papel,
Enigma vital existe.
Viver ao sabor do mel:
Sonho que não persiste.

Contudo, mesmo sabendo
Ver o sonho que existe,
Em momentos, parecer fel,

Desejo estar vivendo,
Amargo, doce ou triste,
À poesia fiel.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Diálogo no lar

Os seres humanos têm necessidade de manter contato uns com os outros. Às vezes, esses contatos não se mostram tão positivos como deveriam ser, não trazem tanta harmonia como deveriam trazer. Isso ocorre devido à confusão do diálogo com o debate, por causa dos debates que se fazem e dos diálogos que se deixam de fazer. Dialogar é reconhecer no outro a dignidade de um ser, por muitas que sejam as diferenças ou os ódios acumulados.

Com o diálogo, é até possível chegar a um denominador comum, evitando-se que falsas verdades sejam impostas e que se prevaleçam as tradicionais dicotomias com as quais não se vai longe o bastante e sem as quais muito se progride. É interessantíssimo que se saiba distinguir o bem do mal, o bom do ruim, a luz da escuridão, como também reconhecer o branco e o preto, a direita e a esquerda e assim por diante. Mais importante, porém, é não fazer com que algumas dessas dicotomias sirvam de pretextos para a exclusão do diálogo num relacionamento.

Na história da humanidade, consta a existência de várias civilizações anteriores à nossa. Mas todas elas deixaram de existir. Ou melhor, deram passagem às que foram surgindo de tempos em tempos. Os povos antigos da Suméria, da Babilônia, do Egito, da Grécia antiga, sem falar do inesquecível Império Romano - tudo passou. Sempre havendo choques entre as civilizações citadas, elas engoliram umas as outras no decorrer dos tempos. Deixaram como herança monumentos e peças de belezas impressionantes. Mas sumiram. Ou, talvez, não. Aqui estamos nós, num grau evolutivo mais elevado, quem sabe, representando as civilizações antigas. Agora, precisamos da sabedoria acumulada por todos os povos para que, conversando, possamos superar os problemas sérios que criamos e que ameaçam toda a vida em nosso planeta Terra.

Há muitas formas de dialogar, muitos meios e métodos para se fazer isso - mas, infelizmente, ignoramos a razão e o coração e, em vez de dialogar, debatemos, discutimos, interrompemos, brigamos, ironizamos, satirizamos... Muitas vezes, a habilidade e a disposição para ouvir intensamente e tentar compreender são consideradas menos importantes do que a capacidade de convencer e de impor nossas idéias aos outros.

Ouvir nos faz doer os tímpanos; as críticas nos ferem. Contudo, é bem melhor ser "criticado e corrido do que bajulado e corrompido", como disse, há tempos, o padre Antônio Vieira. Ninguém vive só. Estamos ligados por algumas características que nos trazem unidade na diversidade: desejamos nos realizar em nossa vida pessoal e profissional; buscamos sempre algo a mais para nos iluminar espiritualmente; criamos uma família e um lar, onde nos sentimos na plenitude do que Deus preparou para nós. E é aí que necessitamos estar alertas para não pecarmos pela falta. Devemos conversar conosco e nos questionarmos a respeito da maneira como nos portamos no meio familiar e como cuidamos da família, principal célula da sociedade. O diálogo interior é um dos caminhos para que melhoremos a conduta em nossos lares.

Dialogar é preciso. E isso independe de classe social. Não podemos deixar que os computadores, os televisores e os DVDs, nem a falta deles, nos impeçam de transmitir todo o nosso amor e nossa paz, em forma de diálogos serenos, tanto àqueles que conhecemos e que queremos bem quanto aos desconhecidos, aos quais devemos o sentimento de fraternidade.

Pois a humanidade nada mais é do que irmãos em espírito separados pela matéria; e o mundo, esse só compreenderemos com diálogos, diálogos e mais diálogos.

Seu aniversário

Que data representa sua chegada aqui neste planeta ou, simplesmente, quando é seu aniversário? Mais do que tudo, essa data simboliza uma oportunidade a mais para o aperfeiçoamento do seu caráter por essas bandas aqui.

Que a reflexão faça parte não só de seus aniversários, mas de toda a sua vida, independente de religião ou de quaisquer outras coisas. Que a cada dia que se passe, possa agir da melhor maneira possível com o próximo e, principalmente, consigo. Que os critérios para todas as suas atitudes aqui na Terra sejam, acima de tudo, a forma racional com que se deve ver não só a vida como também a morte. Que prevaleça a certeza de que há uma Inteligência Suprema, regente do Mundo. Que seu Universo possa incluir tanto aquilo que se conhece e que se pode ver, quanto tudo o que não se conhece e que não se pode ver, mas que, apesar disso, certamente será visto em alguma ocasião, de acordo com o desenvolvimento da Humanidade.

Cada qual sabe de seu passado - ele já foi percorrido até aqui. E, mesmo com todas as experiências, vividas ou não, o futuro nunca deixa de ser algo incerto para seres incertos. Mas o tempo presente pode ser a trilha para moldá-lo com harmonia. Os aniversários são indicações de que há meios e motivos para se ser feliz e para se fazer felizes os outros juntos de nós e juntos a nós.

Os aniversários devem ser não apenas marcos de que experiências velhas foram adquiridas, mas de que ainda há muita experiência nova para se adquirir. Que você possa estar em busca do aprendizado constante e de usá-lo para o bem de todos os que o cercam e que fazem parte de sua vida.

SENTIMENTO

No momento em que a angústia envolve fortemente um ser, o qual a poesia habita sua alma, e ainda acrescenta-se a isso a visão de uma caneta e de um inocente papel, resta mais nada, senão tomá-los em mãos e, em meio a tanta inópia, revelar o SENTIMENTO.

domingo, 1 de julho de 2007

O sabidão

- Você não sabe tudo. Disse Marina, já irritada com a auto-suficiência de Joaquim.
E ele logo respondeu:
- É verdade, ao menos até onde eu sei.
Marina, mais irritada ainda, disse:
- Você é convencido, hein.
Joaquim respondeu, com a mesma prepotência de sempre:
- Não é isso, não. É que, talvez, eu saiba tudo e não esteja a par disso.

O milênio

Um dia, Shakespeare encontrou-se, casualmente, com Sócrates e Aristóteles no paraíso, no recinto de descanso onde estavam, e disse:
- Eu tive uma imensa vantagem sobre ambos, meus caros. Nasci uns dois milênios depois de vocês. Conheci-os de cabo à rabo. Li os dois desde a capa até a contracapa de seus livros. Mas vocês nem sequer sabiam que um dia eu pudesse vir a existir na terra.
Aristóteles não deixou por menos:
- É, meu filho, você conheceu-nos por completo mesmo. Por isso é que fez grande sucesso. Não digo que você teve vantagem sobre nós por nascer uns dois milênios depois e ler tudo o que nós escrevemos, mas que eu e Sócrates fomos privilegiados por nascermos uns dois milênios antes de você e ensinar grande parte de tudo o que você aprendeu ao nos ler. Não é mesmo, Sócrates?
Sócrates, que, em sua vida, muito falou e nada escreveu, sabiamente responde:
- Só sei que nada sei.

O domínio do idioma

Ferreira contava para seu amigo Manoel: "Eu estava acima da velocidade permitida numa via estadual e um policial rodoviário me ordenou que parasse o carro."
- "E depois?" Perguntou Manoel, curioso.
O policial falou: “O senhor ‘está andando’ acima do limite de velocidade.”
- E ele multou você, Ferreira?
- Não. Eu cheguei pra ele e falei: “Senhor policial, perdoe-me, mas a expressão ‘está andando’ me faz parecer um imprudente, pois lembra muito o presente do indicativo. Na verdade, o senhor poderia usar somente o verbo principal e conjugá-lo na terceira pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo ou, se preferir, flexione-o em um dos tempos do subjuntivo - o que seria bom para todos.” Aí ele me liberou - disse Ferreira, todo orgulhoso.
Manoel, admirado, exclamou:
- Incrível, como o domínio do idioma é importantíssimo, hoje em dia; não fosse isso, certamente você teria que pagar uma baita multa!
Foi a deixa para que Ferreira completasse:
- É. Mas o cheque que voou para o bolso dele também ajudou bastante.
- Ah, bom.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O raro amor

Acredito no amor eterno:
Aquele que não se finda,
Quando acaba a paixão.
Ou melhor,
Esse amor, no qual eu creio,
Nem deixa a paixão ir embora:
Ambos andam juntos,
São deveras inseparáveis.
Talvez,
Os outros amores
Nem mesmo sejam amores.
Quem sabe não são eles
Coisas outras mascaradas em amor?
O meu é eterno,
Eterno,
Eterno amor;
Para mim,
Qualquer outro amor que seja,
Passa com a mesma avidez com que chegou.
Presumo que o meu
Não seja somente meu.
Desejo que ele seja
Também de outros,
Que saibam tratá-lo direito,
Com carinho
E de tal jeito
Que um dia eu possa pular
De tanto que ele cresceu.
Pois agora,
Neste momento,
Olho em volta de mim
E o vejo ser considerado
Tão pequeno,
Apesar de sua grandeza;
Vejo-o ser posto de lado,
Juntamente com sua valiosa
E alva essência.
Fazem isso com ele.
E daí?
O amor que me faz viver,
Além de tudo,
Traz a certeza de que eu mesmo
Não o deixarei morrer
E que viveremos juntos -
Até que eu me vá
E ele se dissipe depois
Ou até que ele se canse da minha pessoa
E a deixe por aí,
À mercê da solidão.

Como a amarei

Como eu,
Cavalheiro vassalo contemporâneo,
Poderei amar essa princesa,
Se a força da contradição
Arrebata nosso ser?
Eu sou um,
Aqui,
Desiludido,
Desencorajado;
Ela é outra,
Lá,
Tomada por ilusões,
Inerte rente a mim.
O que querer,
Se não consigo tê-la?
Pedirei coragem aos céus
Para que eu possa vê-la
Um dia em meus braços,
Sorrindo,
Linda como é.
Mandarei que a vergonha se vá:
Só assim lhe direi o quanto a amo,
O quanto a desejo em meus braços acanhados.
Incrível,
Amo-a,
Quero-a,
Desejo-a,
Mas nenhum ato,
Que talvez nos una,
Cometo.
Pelo contrário,
Aquieto-me diante dela,
Uso de implacável frieza
E obscureço meus sentimentos -
Mesmo eles implorando
Para que eu os deixe libertar-se.
Eles querem me fazer feliz,
Mas não os posso deixar agir.
Que vida,
Não posso ter quem amo,
Pois o medo da decepção é gigantesco,
Mesmo ante a vontade de ser feliz.
Parece até maior
Esse medo.
Mas terei coragem:
Deixarei de lado
Esse medo atemorizante.
Não sei se apenas passarei rasante
Junto à felicidade
Ou se pousarei junto a ela,
Se posarei com ela,
Amando quem eu tanto quero amar.

Só assim

Apenas morrerei feliz
Quando souber que deixarei,
Ao menos,
Um pequeno pedaço
Dos meus princípios inteiros
Para os que me viram chegar aqui,
Ou passar aqui,
Ou partir daqui.
Não,
Não sei se vou ser feliz se vir,
Do outro lado,
Aqueles com quem tanto falei,
E que tanto aconselhei,
Tristemente esquecerem de tudo.
Se isso acontecer,
A decepção irá tomar-me por completo,
Não pela morte que separou o homem - eu -
Dos indivíduos que me cercavam,
Mas pela falta de vida
De tudo aquilo que me esforcei em semear
E que pensava ser algo mais
Que simples bobagem só minha.